Você conhece a história do São João?

Cultura 

Está chegando a época de uma das festas mais populares do Brasil. Você conhece a história do São João?

Uma festa de origem pagã, comemorada no dia 24 de junho aderida pela Igreja Católica que a atribuiu um caráter religioso.


Imagem do site "Vem Voar - Voe Azul"

Na Idade Média, a igreja Católica começou a substituir rituais realizados por deuses pagãos por festas dedicadas aos santos, isso deu origem ao São João. No dia 24 de junho era celebrado em comemoração ao solstício de verão no hemisfério norte e à renovação da natureza. Esse dia passou a representar o dia de São João, cujas as festividades acontecem no dia anterior. Na tradição cristã, o santo foi responsável pela vinda de cristo para salvar a humanidade, o mesmo foi o que batizou jesus no Jordão.

A tradição veio de Portugal e de imigrantes de outros países cristianizados, ao chegar no Brasil, a festa adotou costumes indígenas e afro-brasileiros. É típica da região nordeste e representa a gratidão aos santos pelas chuvas nas lavouras e impulsiona a economia local.

Existem muitas tradições que acompanham essa comemoração que representam os principais símbolos da festa junina, os mais conhecidos são a fogueira, os balões, fogos de artifício e a quadrilha, mas também tem as comidas, danças típicas, as brincadeiras e as roupas.

Imagem do site "Agência Brasil - EBC"

A fogueira é um dos símbolos mais importantes da tradição e tem origem na celebração do solstício de verão, ela simboliza a proteção contra maus espíritos, mas também tem o seu fundamento na história de São João Batista. A fogueira era um sinal de Santa Isabel, mãe de São João, para Maria, mãe de jesus. A prática do acendimento na fogueira na noite 23 para 24 de junho foi trazida pelos jesuítas, com o passar do tempo associada outras tradições populares como o forrobodó africano (dança de arrasta pé), que daria o forró nordestino, e a quadrilha caipira. 

Sobre a fogueira, foram criadas várias superstições e simpatias. Uma bem conhecida é saltar as brasas de uma fogueira que se tenha acendido, chamam de “batismo na fogueira”, que cria laços de apadrinhamento, ou seja, um vínculo afetivo. Na atualidade, ela é mais vista como uma das brincadeiras, assim como a cadeia, pau de sebo, pescaria, correio-elegante, argola entre outras. 


Imagem tirada do site "unsplash"

Além disso, também tem os balões e os fogos de artifício que estão relacionados ao uso da fogueira junina (hoje em dia temos algumas restrições por questões de segurança) estes espetáculos servem para despertar o São João.

Outro símbolo importante da comemoração é a quadrilha, ela tem origem francesa. As elites portuguesas e brasileiras trouxeram essa tradição no século dezenove, quando se popularizou no Brasil e se misturou com outras danças nacionais. Ela consiste em uma dança (ouve-se e dança-se o forró) de casais caracterizados com uma roupa caipira, inclusive, uma coreografia chamada “casamento caipira” é feita em homenagem a Santo Antônio (um dos santos comemorados da data), o santo casamenteiro.

As comidas das festas junina são bem conhecidas, os principais pratos típicos são: pipoca, paçoca, pé de moleque, canjica, cachorro-quente, pamonha, curau, bolo de milho, arroz-doce, pinhão, cuscuz, tapioca e o amendoim. O milho é um alimento muito importante nessas comemorações, por isso, diversos pratos típicos levam esse ingrediente. Além disso, existem algumas bebidas tradicionais nessa época, isso inclui o vinho quente, quentão e o mais popular, o licor.


Imagem do "Educa mais Brasil"

Aprender sobre a cultura do lugar onde vivemos é essencial, não só pelo enriquecimento cultural, mas também porque a história do lugar onde nascemos também conta a nossa história. O São João, assim como várias outras comemorações anuais, tem a sua história por trás e muitas delas nem conhecemos. Isso vai mudar a sua visão sobre a festa junina, você vai entender o porquê fazemos isso todo ano, que tudo tem um motivo e vai se familiarizar mais com a sua cultura. Antônio Lobo Antunes, escritor e psiquiatra português, dizia: “a cultura assusta muito. É uma coisa apavorante para os ditadores. Um povo que lê nunca será um povo de escravos”.

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